Syriana, A indústria do Petróleo

A história de Syriana fala sobre a atual geopolítica em torno do terrorismo, petróleo e fusões corporativas, dentro do Oriente Médio, envolvendo agentes secretos norte-americanos, terroristas, homens-bomba e toda a desumanização das forças de trabalho e mão de obra ocorridas a todo o momento.



A história começa com uma suposta venda de mísseis operada por uma agente da CIA disfarçado, chamado Bob Barnes. De cara, percebemos como trabalham, de certo modo, os agentes secretos infiltrados em países “restritos”, como Irã, e Líbano, aonde mais para frente, no filme, ele irá se infiltrar, protagonizando um dos momentos (se não o momento) mais dramático do filme. Porém, continuarei me atendo a cronologia do mesmo.

Posteriormente, o foco do filme vai para a negociação de uma fusão entre duas grandes empresas do ramo, que às tornarão um grande conglomerado petrolífero. Esta negociação envolve, além das tais, o governo americano, que tem que aprovar (ou não) esta decisão. Quem está a frente destas negociações é Bryan Woodman, que vê seu casamento desmoronar após a morte de um de seus filhos, durante uma festa dada por um Rei Saudita, onde a criança é eletrocutada na piscina, por conta de uma peça de vidro quebrada, que em contato com o dispositivo de energia e acaba eletrizando a água, esta onde o menino pula e morre no momento em que mergulha.

Quanto à mesma família saudita, esta está diretamente passando por um momento de sucessão ao trono, entre os dois filhos do rei. O candidato mais promissor é o mais liberal. Deseja realizar a criação de uma bolsa de petróleo no Oriente Médio, retirando-a das mãos do Ocidente, criar dutos ligando a região a Europa, diretamente, gerando lucros e desenvolvendo o país. O seu concorrente, por outro lado, decide se aliar aos EUA, que, mais a frente, o irmão deveria morrer (o que gera a morte do agente Bob Barnes), e realizando a continuação da situação destes países e povos.

Por fim, temos a história de um grupo de paquistaneses que são despedidos de um dos poços de petróleo, no Irã, por causa da fusão realizada entre as empresas onde trabalhavam (a mesma da qual Bryan Woodman é responsável para que dê certo). Após isto, para que a família possa ter um certo sustento, um dos garotos decide entrar para o treinamento de homens-bomba, onde no final de tudo, ele se sacrifica, destruindo parte de uma das plataformas onde iria ser oficializada a união entre as empresas, de fato.

Estas quatro histórias demonstram o quão unidos estão os fatos, e quanto ambos os assuntos estão interligados. Política, economia, terrorismo, desemprego, religião... Tudo está na mesma bagagem, e gera a situação de tensão que temos hoje em dia no mundo, principalmente no Oriente Médio, onde se desenrolam os fatos.

Mostra o outro lado do terrorismo, que não é divulgado em nossa mídia. Apesar de ser algo ruim, é uma forma destas pessoas, deste povo ser escutado, escuta essa que não é dada de modo pacifico. Mostra a corrupção de forma generalizada, e o quão prejudicial se torna, de forma que lida diretamente com vidas diversas, desde abastados, como o príncipe assassinado, até pessoas comuns, como o jovem homem-bomba.

Enfim, é um ótimo filme para se entender (se não parcialmente, totalmente) o panorama da indústria do petróleo, dentro do Oriente Médio e no mundo, de forma geral.